No passado dia 22 de abril, o presidente do conselho diretivo da Administração Regional de Saúde do Alentejo, participou na sessão de apresentação do livro António Arnaut – Biografia, que teve lugar na feira do livro de Évora - Livros à Rua.
Da autoria dos jornalistas Luís Godinho e Ana Luísa Delgado, o livro constitui o primeiro trabalho biográfico sobre o “pai” do Serviço Nacional de Saúde, desvendando os meandros do processo que culminou na principal conquista social do pós-25 de Abril.
A 27 de julho de 1978, António Arnaut, então ministro dos Assuntos Sociais do II Governo Constitucional [liderado por Mário Soares e resultado de uma coligação entre PS e CDS] recebe no ministério uma delegação de médicos. É perentório: «Aqueles que pensam que a eventual demissão deste Governo vai permitir arrumar num fundo de gaveta o nosso projeto do Serviço Nacional de Saúde estão enganados. Enquanto estivermos vivos, eu e o secretário de Estado, Mário Mendes, defenderemos este projeto.»
Dois dias depois, a 29 de julho, é publicado em Diário da República o “Despacho Arnaut” que, na prática, cria o SNS ao abrir as portas dos serviços de saúde a todos os cidadãos independentemente da sua condição económica. Nenhum membro do Governo teve conhecimento prévio da decisão do Ministro dos Assuntos Sociais. Mário Soares não reage.»
Classificado pelo ex-Bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, como «o melhor SNS do mundo», o projeto idealizado e concretizado por Arnaut permitiu a milhões de portugueses, que nasciam e morriam sem ter acesso a cuidados médicos, passarem a dispor de um Serviço Nacional de Saúde geral, universal e gratuito.
«António Arnaut tem o seu nome indelevelmente ligado ao Serviço Nacional de Saúde não apenas como deputado constituinte, mas como governante e depois como paladino ao longo das décadas na defesa do que é a efetivação do direito fundamental dos portugueses à saúde», frisa o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, num depoimento incluído na biografia.