Ajudar a denunciar e a combater a violência contra as crianças está associado a um símbolo - o laço azul.
A Campanha do Laço Azul iniciou-se em 1989, na Virgínia, nos Estados Unidos, quando uma avó, Bonnie W. Finney, decidiu amarrar uma fita azul à antena do seu carro, provocando o questionamento nas pessoas da sua comunidade. Elas efetivamente ficaram curiosas acerca da fita azul e do seu significado e Bonnie acabou por partilhar a história de violência que tinha batido à porta da sua família: a sua neta fora violentamente maltratada pela mãe, sua filha, e pelo namorado desta; um outro neto morrera de forma brutal pelos mesmos motivos. Em desespero, Bonnie escolheu o modo silencioso e simbólico, através do laço azul, para denunciar os casos de maus - tratos dos adultos para com as crianças.
E porquê azul? Apesar do azul ser uma cor bonita, esta avó não queria esquecer os corpos agredidos e cheios de nódoas negras dos dois netos. O azul passou a ser um símbolo universal de luta em defesa e proteção das crianças contra os maus-tratos. A história de Bonnie W. Finney é a prova viva de que basta a preocupação de uma só pessoa para despertar as consciências do público, em geral, relativamente à violência contra as crianças, na sua prevenção e na promoção e proteção dos seus direitos.
As crianças têm direitos e devem ser protegidas. Os serviços de saúde têm uma resposta ao nível da prevenção dos maus tratos infantis e juvenis, através da Ação de Saúde para Crianças e Jovens em Risco, regulamentada pelo Despacho n.º 31292/2008 de 5 de Dezembro.
A existência de equipas multidisciplinares de profissionais de saúde nos centros de saúde e hospitais - os Núcleos (Hospitalares) de Apoio a Crianças e Jovens em Risco-, é uma resposta da saúde a um problema que é real – o da violência.
Os serviços de saúde, através desta resposta, permitem uma intervenção de maior proximidade, mais focada na promoção dos direitos e garantia da proteção das crianças e jovens mais vulneráveis.
Assinalamos o mês de abril – Mês da Prevenção dos Maus Tratos Infantis e Juvenis, dando destaque a estas equipas de saúde, que estão próximas das crianças e jovens e respetivos cuidadores e que intervêm procurando identificar os sinais de risco e/ou perigo daqueles que estão mais vulneráveis, que definem planos e estratégias de ação para minimizar ou remover essas situações de risco/perigo, que encaminham, que articulam e que acompanham as situações.
Porque os Direitos das Crianças são Universais – aplicam-se a todas as crianças, sem exceções -, e Inalienáveis – não são transmissíveis a outras e/ou não se podem retirar de outras – vamos todos juntos assinalar este mês com a cor azul, recordando a necessidade de os defender.
Vamos usar a nossa criatividade: colocar uma fita azul no cabelo, no braço, na antena do carro, vestir uma peça de roupa azul, usar uns brincos de cor azul…o importante é manifestarmos a nossa proatividade na consciencialização pela necessidade de defesa das crianças e jovens mais vulneráveis e vítimas de maus tratos.
Todos juntos, certamente iremos conseguir fazer a diferença!