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Covid-19 - Reunião de peritos - Especialistas analisam situação epidemiológica em Portugal

A Ministra da Saúde enfatizou a «capacidade que a vacinação tem em reduzir em três vezes o risco de internamento e de óbito», reforçando a efetividade vacinal como um aspeto «determinante para continuar a caminhar e a lutar contra a infeção», em declarações após a reunião no Infarmed que juntou especialistas, o Presidente da República, o Presidente da Assembleia República e o Primeiro-Ministro para a análise da situação epidemiológica do país.


A governante lembrou que na reunião do Conselho de Ministros da próxima quinta-feira, o Governo vai «apreciar as atuais medidas» e também «refletir sobre as recomendações hoje deixadas pelos peritos».


André Peralta Santos, da DGS, revelou, na primeira apresentação desta manhã, que a incidência de novos casos de em Portugal regista uma tendência «ligeiramente crescente a estável», com a velocidade de aumento «a diminuir».


De acordo com o especialista já se nota uma estabilização no número de novos casos, apesar de existir ainda uma «tendência crescente dos internamentos e mortalidade» por Covid-19.


já a evolução da incidência e transmissibilidade foi analisada por Ana Paula Rodrigues, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), que apontou uma tendência para a estabilização, com uma aproximação do RT ao valor 1, o que indica que o país estará «próximo do pico da epidemia».


Também do INSA, o investigador João Paulo Gomes apresentou dados sobre a atualização da vigilância de variantes genéticas do novo coronavírus em Portugal. De acordo com o microbiologista, a variante Delta representa 98,6% dos casos no país e é espectável o aparecimento de novas variantes, mas com menor preocupação por causa da vacinação.


O especialista explicou que a variante Delta, associada à Índia, é também dominante na maior parte dos países europeus e que as variantes beta (Reino Unido) e gama (Manaus) não desapareceram, mas são residuais em Portugal.


A efetividade da vacina contra a Covid-19 foi analisada pela perita do INSA, Ausenda Machado, que afirmou que as vacinas que utilizam o mecanismo mRNA (como é o caso da Pfizer e Moderna) apresentam uma «elevada efetividade» nas pessoas com mais de 65 anos, 14 dias após a segunda dose.


A monitorização das vacinas ao longo do tempo indicou que a efetividade nas pessoas entre os 65 e os 79 anos contra infeção sintomática é de 89% nos 14 a 27 dias após a segunda dose e permanece de forma consistente em torno dos «80% até pelo menos 42 dias». Já em relação aos maiores de 80 anos, a efetividade nos 14 a 27 dias depois da segunda dose é de 70%, mantendo-se nessa ordem até pelo menos 42 dias após o esquema vacinal completo.


Na sua apresentação, a investigadora Andreia Leite, da Escola Nacional de Saúde Pública, propôs a atualização do limiar de incidência na avaliação de risco da Covid-19 para 480 casos por 100 mil habitantes (atualmente 240 por 100 mil). A especialista apontou ainda para a definição de um limite de ocupação em unidades de cuidados intensivos de 255 camas.


Raquel Duarte, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, que apresentou a proposta de continuidade para o plano de redução das medidas restritivas de controlo da Covid-19 disse que, atualmente, se deve privilegiar o teletrabalho sempre que possível e o desfasamento de horários, a manutenção da distância física e o uso de máscara ambiente fechado e sempre em eventos públicos.


Na sua apresentação, dedicada às perspetivas para o inverno, o investigador Henrique de Barros defende a vacinação das crianças contra a Covid-19 para evitar outro pico de casos e para que no inverno a vida se possa aproximar do que era antes da pandemia.


O especialista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, considera que sem a vacinação das crianças, que está em análise pela DGS, «haverá um pico inequívoco de casos».


Sobre o que se pode esperar para o inverno, o especialista estimou que por cada descida de cinco graus nas temperaturas mínimas médias haverá um aumento de 30% nos casos, mas prevê poucos internamentos na vaga que venha a ocorrer nessa altura.


Relativamente às perceções sociais sobre a Covid-19, a investigadora da Escola Nacional de Saúde Pública, Carla Nunes, referiu, na sua intervenção, que uma em cada quatro pessoas entre os 26 e os 65 anos mostrou resistência a tomar a vacina e os motivos mais apresentados são a falta de eficácia, o medo de efeitos secundários e a necessidade de mais informação.


Quanto à adequação das medidas de restrição, 47% consideram-nas pouco ou nada adequadas, um valor que vem aumentando desde o ano passado e que se faz sentir sobretudo nos homens e nos mais jovens.
No que se refere à facilidade de adoção das medidas definidas pelas autoridades, tem crescido o grupo do que as consideram difíceis e muito difíceis de adotar e são os mais jovens que apresentam maiores dificuldades.


O coordenador da task force para o Plano de Vacinação contra a Covid-19 em Portugal, Henrique Gouveia e Melo, apresentou o ponto de situação do plano de vacinação no país. O coordenador afirmou que Portugal pode vir a receber cerca de um milhão de vacinas entre esta e as próximas duas semanas, «o que é muito importante para a aceleração do processo de vacinação».


A task force solicitou à DGS a redução do intervalo entre primeiras e segundas doses, para aumentar mais rapidamente a proteção da população, e informou que, se tiver o aval da DGS, a vacinação dos jovens de 16 e 17 anos terá início em 14 de agosto, ficando a vacinação entre os 12 e os 15 anos prevista para os dois fins de semana seguintes.


Apresentações: