A Administração Regional de Saúde do Alentejo, I.P., tem a satisfação de divulgar a participação da Dra. Maria Clara Arriaga de Morais, Assistente Social da Equipa Regional dos Cuidados Continuados Integrados do Alentejo, a exercer funções na ARS Alentejo, no estudo publicado a 14 de junho de 2023, na revista Healthcare 2023, Volume 11, Issue 12, 1751.
Resumo
Introdução: As úlceras por pressão (UP) são responsáveis por alta morbidade e mortalidade. Objetivo: Este estudo tem como objetivo descrever o ambiente de trabalho de enfermagem nas unidades de cuidados continuados portuguesas e avaliar como este ambiente se relaciona com a qualidade da assistência prestado às UP.
Métodos: Foram analisadas associações entre componentes do Nursing Work Index-Revised Scale (NWI-R-PT) (Almeida et al. 2020) e as taxas de cicatrização de feridas obtidas no estudo de prevalência de 2018 (Furtado et al. 2020). Focou-se na população institucionalizada na Rede Nacional de Cuidados de Longa Duração (RNCCI) (Ministério da Saúde 2006). O estudo observacional transversal utilizou um questionário online anónimo entre abril e julho de 2021 junto de enfermeiros de todas as unidades de cuidados continuados em regime de internamento no Alentejo, Portugal. A autorização formal para este inquérito foi obtida junto da Comissão de Ética e do Conselho de Administração da Saúde do Alentejo (código de protocolo 27/CE/2021). Todos os participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido antes de preencher o questionário e poderiam retirar-se do estudo a qualquer momento.
Resultados: Um total de 165 enfermeiros concluiu o NWI-R-PT. No seu local de trabalho atual, 51% dos enfermeiros concordaram que uma "equipa supervisora apoia os enfermeiros"(Q2), 49% concordaram que "cada unidade de enfermagem determina suas políticas e procedimentos" (Q29), e 41% concordaram com "flutuar para que o pessoal seja equalizado entre as unidades" (Q28). Cerca de 40% dos enfermeiros não concordaram ou discordaram que "o pessoal de enfermagem é apoiado na obtenção de diplomas em enfermagem" (Q17). A opinião dos enfermeiros sobre os "programas de educação continuada para enfermeiros" (Q4) e sobre as "oportunidades para os enfermeiros da equipe participarem das decisões políticas"(Q5) foi distribuída quase igualmente entre discordância, indiferença e concordância. Não houve um acordo claro sobre "pessoal suficiente para realizar o trabalho" (Q12) no local de trabalho atual: 2 em cada 5 enfermeiros concordam e 2 em cada 5 discordam. Houve fracas correlações negativas significativas entre o nível de concordância sobre "pessoal suficiente para realizar o trabalho" (Q12) e tempo de experiência profissional (p=0,003), tempo de experiência profissional na organização atual (p=0,010) e "flutuante, de modo que a equipe é equalizada entre unidades" (Q28) e tempo de experiência profissional (p=0,036).
Dos 88 pacientes identificados com UP, apenas 63 tinham sua UP documentada. Os resultados mostraram que o nível de concordância com o Q28 "Flutuação para que a equipa seja equalizada entre as unidades" está fortemente associado a um menor tempo de cicatrização da UP. Não foram encontradas evidências de possíveis associações com questões sobre participação em decisões políticas, nível salarial, desenvolvimento educacional da equipa e tempo de cicatrização de UPs.
Conclusão: Uma boa distribuição da equipe de enfermagem pelas unidades provavelmente melhorará a qualidade do tratamento de feridas. Não encontramos evidências de possíveis associações com questões sobre participação em decisões políticas, nível salarial, desenvolvimento educacional da equipe e tempos de cura de UPs.