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Médico cardiologista da ULSBA fala acerca do Dia Mundial do Coração
​Na rubrica “Uma Questão de Saúde”, da Rádio Voz da Planície de Beja, o médico cardiologista da ULSBA, Dr. Luís Moura Duarte, fala sobre algumas questões relacionadas com as doenças do foro cardíaco.

Foi a Federação Mundial do Coração quem escolheu esta data, 29 de setembro, para assinalar a nível mundial o Dia do Coração, desde o ano 2000.
DOENÇAS CARDIOVASCULARES ESTÃO ENTRE AS PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE NO MUNDO

Por isso, o objetivo desta data é divulgar os perigos das doenças cardiovasculares e prevenir possíveis ataques. As doenças cardiovasculares e os AVC (acidente vascular cerebral) são as principais causas de morte no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.

Hoje é um ótimo dia para deixar de fumar, começar a fazer exercício físico e adotar um estilo de vida mais saudável.

 

VERDADES E MITOS

Luís Moura Duarte, cardiologista na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, no âmbito desta data, esclarece alguns mitos e verdades sobre as doenças cardiovasculares.

“O descanso é o melhor remédio para as doenças de coração”

Segundo o cardiologista, esta afirmação não é verdade. Os profissionais estão todos de acordo que a atividade física regular é “o melhor remédio” para prevenir a doença cardio e cérebro vascular. O repouso como se fala não tem qualquer benefício na prevenção da doença, salvo pessoas que têm de ser avaliadas individualmente, para saber o tipo de atividade que podem praticar. “Recomendamos fortemente que as pessoas andem a pé todos os dias”, refere.

“A ideia de descanso para a doença cardiovascular vem na sequência do repouso que indicamos em doentes de doença cardíaca muito grave em que evitamos que façam esforços físicos e excessivo”, mas mesmo num doente que teve ataque cardíaco, após alta e com vigilância dos médicos, recomenda-se atividade física regular, sendo este “um mito que não tem qualquer sentido”.

“O stress é o principal responsável pela minha doença cardiovascular”

O principal responsável não é o stress, mas sim outros fatores de risco, nomeadamente o tabaco, álcool, sedentarismo, excesso de peso, existência de diabetes e hipertensão.

O stress pode sim levar a um comportamento que “alimenta” estes fatores de risco, tais como o sedentarismo, consumo de refeições mais calóricas, o que pode provocar o aparecimento destas doenças. São formas de “compensar o stress”, explica o médico.

Um copo de vinho por dia não é “norma” para todos os doentes

Há por vezes dúvidas, em particular relacionadas com a ideia de que o consumo de vinho tinto pode ser benéfico para as doenças cardio e cérebro vasculares. O médico explica que o “copo de vinho tinto por dia” não é recomendado a todos os doentes.

“Está provado que o vinho tinto em quantidades regulares e pequenas tem esse efeito benéfico, mas estamos a falar de um copo de vinho tinto por dia, não estamos a falar de quantidades maiores, nem de outro tipo de consumo de álcool”, sublinha.

Quando se fala do efeito benéfico fala-se em certo tipo de doenças cardiovasculares. Por exemplo, o doente com arritmias não beneficia de nenhum efeito positivo do consumo de vinho tinto, antes pelo contrário, o álcool pode ser “indutor de mais arritmias”, logo, não se aplica esta “norma” a todas as doenças de foro cardíaco.

Luís Moura Duarte diz que tem doentes a quem pode recomendar esse copo de vinho tinto por dia, enquanto que para outros é completamente proibido.

E a tensão arterial?

A tensão arterial também suscita dúvidas nos utentes. Segundo o especialista, é frequente que pessoas com tensão alta que apresentam valores como 17 ou 18 sintam-se mal dispostas quando a mesma baixa para 12 ou 13. Os valores normais são entre 11, 12 e 13 e estes não são valores baixos ao contrário do que se pensa, frisa.

Explica que a diferença é que o organismo se habitua de tal forma ao valores elevados que quando há uma diminuição para os valores normais, as pessoas sentem cansaço ou sonolência, mas esta é uma situação transitória.

 

CONSELHOS E PREVENÇÃO

Deixa ainda alguns conselhos no âmbito das doenças cardiovasculares, começando por referir que “não podemos escolher a nossa idade, nem os nossos pais”, ou seja não há nada a fazer quando se tratam de “heranças” de família. No entanto, aconselha a que quem fume, deixe de fumar; que a atividade física seja regular, e que se perceba que é necessário fazer consultas regulares para controlo da glicémia e tensão arterial.

Destaca também que Beja é um distrito em que “a tentação da comida e do vinho” está presente e, neste sentido, é necessário que as pessoas e famílias adotem comportamentos durante muitos anos e não só temporariamente, de forma a prevenir e controlar os fatores de risco associados às doenças cardiovasculares.

 

ENTREVISTA COMPLETA NO SITE DA RÁDIO VOZ DA PLANÍCIE

Oiça a entrevista completa com o Dr. Luís Moura Duarte na edição de Uma Questão de Saúde.

 

Fonte ULSBA