A 1ª Reunião Regional do Alentejo da HCV “Do Rastreio ao Tratamento” organizada pelo GEPCOI (Grupo de Estudos Português da Coinfeção) e a ARS Alentejo/ Coordenação Regional das Hepatites Víricas, realizou-se no dia 10 de fevereiro, em Vila Galé de Campo- Beja.
Esta reunião surge na crescente preocupação e sensibilização de todas as entidades públicas de saúde, Cuidados Hospitalares e Cuidados de Saúde Primários, com a Hepatite C crónica. Hepatite, associada até há bem pouco tempo, a elevada morbilidade, mortalidade e, gastos económicos púbicos significativos. Todo este panorama mudou com as novas terapêuticas, surgidas nos últimos 3 a 4 anos, os Antivirais de Ação Direta. Estas, são terapêuticas simples, a maior parte com um comprimido diário, com universo temporal de 8 a 24 semanas, sem praticamente efeitos secundários e, com taxas de Resposta Virológica Sustentada superiores a 97%. Neste novo contexto, surgem os objetivos da OMS para 2030, nomeadamente a eliminação da HCV como problema de Saúde Pública e, a nível nacional, as metas para 2020. Uma das ferramentas para atingir esses objetivos, é precisamente o “rastreio sistemático”, efetivo e eficaz e, a respetiva ponte com a referenciação, que se pretende célere, no sentido de se tratarem atempadamente os doentes.
Note-se que em Portugal, segundo um estudo de H. Razoni, de Maio de 2017, teremos cerca de 90 000 doentes. Destes 30 000 estariam por diagnosticar.
Participaram no encontro as autoridades da saúde da ARSA, entidades autárquicas locais, direção do GEPCOI e, moderadores e oradores das 4 regiões do Alentejo. Assistiram e intervieram no encontro, técnicos de saúde de toda a região.
Em primeiro lugar fez-se uma abordagem teórica à Hepatite C, com os novos fármacos em vigor, seguido do relatar da experiência dos CRI, CAD, APF, Estabelecimentos Prisionais e Cuidados de Saúde Primários. Por fim, uma mesa de reflexão, e de síntese, sobre estratégias de articulação entre o rastrear e a referida referenciação.
Como notas mais relevantes do encontro, para se refletir, no sentido de mudança de comportamentos e otimização de estratégias de articulação: 1- Importância da Notificação, 2- Identificação das barreiras existentes no rastreio e referenciação, 3- Reforçar a oferta de diagnóstico nos CSP, 4- Testes das Hepatites Virais nos CAD, 5- Reforçar as boas práticas existentes nas ONGs na nossa região, 6- Importância da Prevenção e garantir o preservativo masculino e feminino, 7- Formação nos CSP do diagnóstico clínico e laboratorial das Hepatites.