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Dia Mundial Luta contra a SIDA – 1 dezembro

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Há 30 anos, no dia 27 de outubro de 1988, a Assembleia Geral da Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde instituíram o dia 1º de dezembro como o Dia Mundial de Luta contra a SIDA. Desde então, existem objetivos a nível global, determinados pelas referidas instituições, e objetivos nacionais, dependentes das particularidades específicas de cada país e o seu nível de cuidados de saúde.
A comemoração do Dia Mundial Luta contra a SIDA no nosso país e no Alentejo, tem como finalidades: primeiro, chamar a atenção da realidade da pandemia em termos mundiais, e da epidemiologia e seus indicadores a nível nacional e, na nossa região. Segundo, uma ocasião para as diversas entidades envolvidas, governamentais e não governamentais, realizarem um balanço do trabalho efetuado, ponderar os desafios presentes e, refletir de um modo consequente, sobre as grandes metas propostas pela ONUSIDA, ou seja a meta dos “90, 90, 90” para 2020, no sentido da irradicação da pandemia em 2030. Terceiro, a consciencialização da efetivação do 4º “90”, ou seja da “ qualidade de vida”. Quarto, a necessidade de um esforço no sentido do investimento na literacia, o mais eficaz meio de melhorar significativamente os nossos índices epidemiológicos relativamente ao resto da Europa. Por fim, o quinto objetivo, a consciencialização que, apesar dos avanços excecionais nos últimos 20 anos, na abordagem, seguimento e tratamento da doença, que transformou a Infeção VIH, de doença mortal, em doença com características de cronicidade, a área que tende a perpetuar-se e a não ser ultrapassada, é a da descriminação e estigmatização. Manifesta-se e vivencia-se a vários níveis em termos sociais, laborais e familiares, inclusivamente, na resistência na realização do teste VIH, por parte de muitos utentes, com receio de enfrentar o diagnóstico e o estigma social envolvido. Tudo isto prolonga e promove o desenvolvimento da doença, e a sua própria transmissão.
Segundo o relatório “Infeção VIH e SIDA | Desafios e Estratégias 2018” da Direção-Geral de Saúde, que apresenta dados do ano de 2016, 91,70 por cento das pessoas infetadas pelo vírus da imunodeficiência humana estão
diagnosticadas, das quais 86,80 por cento estão a ser tratadas. Estes dados são consequentes ao esforço dos investigadores, dos profissionais de saúde, assim como das instâncias governamentais e outras instituições que têm trabalhado no combate a esta doença, seja através da descoberta de novos tratamentos, quer da adoção de novas estratégias de rastreio e políticas de suporte ao doente
Relativamente ao diagnóstico tardio, Portugal está entre os países da Área Económica Europeia que apresentam maior número de casos, em geral, e em particular entre os adultos mais velhos, acima dos 50 anos. O diagnóstico tardio, isto é, realizado numa fase já muito adiantada da doença, é uma das maiores preocupações dos autores do relatório divulgado pelo Centro Europeu para a Prevenção e Controlo da Doença (ECDC) e pelo Gabinete Regional para a Europa da Organização Mundial de Saúde (OMS-Europa).
No caso do diagnóstico, este deve ser feito o mais precocemente possível, não só para garantir uma intervenção clínica mais eficaz, assim como para reduzir o risco de contaminar outros indivíduos. O diagnóstico pode ser feito por prescrição de um médico de família, médico assistente, no contexto do programa Teste Rápido, ou optar-se por se realizar num Centro de Aconselhamento e Deteção Precoce do VIH/SIDA (CAD).
A nível da Regional Alentejo haverá cerca de 800 doentes seguidos e ativos nas consultas de especialidade, com percentagens e indicadores que acompanham o que se passa a nível nacional. De acordo com as diretrizes e os objetivos do Programa Regional, as áreas de intervenção da ARSA, são a Literacia da infeção, a sua Prevenção, o Diagnóstico Precoce e, a área do Tratamento. Não queremos deixar de realçar dois pontos ainda não concretizados, importantes e prementes na nossa região, nomeadamente, a abertura do CAD do Litoral Alentejano, e de uma consulta de seguimento destes doentes na mesma sub região.
Relativamente ao programa 2017-2020, tencionamos manter e reforçar os programas em vigor, concretizar as duas áreas referidas anteriormente e, ainda de acordo com o novo programa nacional, o alargamento da Profilaxia Pré-Exposição sexual a maior número de potenciais candidatos. Outra área importante é o
aprofundamento da implementação do SI VIDA, fundamental para a monitorização e conhecimento da realidade da Infeção VIH/SIDA na região.

Telo Faria
Coordenação da Região Alentejo da Infeção VIH/SIDA